Flu vai bem na estréia


Por mais batido que seja, um jogo em altitude elevada é o que apresenta, estatisticamente, maiores desigualdades de condições entre adversários (naturalmente, quando um deles é do nível do mar).

Porém, sempre achei que a briga para evitar tal tipo de jogo, devia ser política, entre clubes e federações. Uma vez estabelecido que se jogaria em tais atitudes, comissões técnicas que se virassem para minimizar tais efeitos.

Não se fazia muita coisa além de jogar até pregar e aí perder o jogo, e voltar ao Brasil com cara de quem não tinha outra coisa a fazer.

Nesse panorama, o Fluminense foi jogar com um handicap de 5 derrotas em 5 jogos de times brasileiros contra a LDU em Quito.

Jogando de forma convencional e conservadora, a probabilidade de derrota era grande. Talvez por isso, o Fluminense resolveu ousar e diminuir o tempo de jogo.

Como assim diminuir o tempo de jogo?

A ousadia foi em apostar em passar o 1º tempo sem correr muito, onde teoricamente o time da casa não pressionaria tanto, ou ao menos não iniciaria pressionando, e guardando o fôlego para o tempo do desespero.

A LDU pescou, e atacou pouco, ainda organizadamente, sem arriscar mais ataques, mesmo que desorganizados. E assim o Flu ensebou todo o 1º tempo, que copiarei o comentário que fiz no Open-Bar no intervalo da partida (com negrito agora com as previsões, que se confirmaram):

Acabou agora o 1º tempo de LDU x Fluminense.

O Flu jogou com uma tática ousada, uma espécie de 7-0-3.

7 na defesa, ninguém no meio de campo e 3 atacantes (Thiago Créuves jogou de atacante).

O Flu entregou nitidamente o meio-de-campo para a LDU. Nunca vi isso em jogo nenhum, mas funcionou neste 1º tempo.
A própria LDU deu uma pressãozinho em um momento deste tempo apenas mas nada que entusiasmasse demais.

O time toca a bola bem, mas não está pressionando.

Acho que o Fluminense vai aproximar mais o meio de campo do ataque no 2º tempo. Nem parece que o tricolor sente tanto o cansaço já que esse esquema transformou o time em time de totó, mas na questão do ar rarefeito para controlar a bola, o Flu nitidamente se embananou.
Ou sai passe forte, ou para tentar compensar, sai muito fraco. Tanto que uma hora, FH passou a isolar a bola para o gol da LDU e entregar a bola para o time equatoriano recomeçar a jogar.

Acho que o Fluminense vai fugir no 2º tempo deste esquema, porque se voltar assim, a LDU vai sacar que o Flu não atacará e irá a começar a chutar e cruzar mais bolas na área. Aí vai ser sufoco para segurar e largar tudo na mão de FH.

Vai entrar o Cícero para o Fluminense passar a ter um meio de campo.
Acho que ele tirou o Mauricio por conta do cartão amarelo. Uma pena, pois Mauricio passa a bola (ainda mais na altitude) que Ygor, e se o Flu quer atacar, isso vai fazer falta.

E o Fluminense aproximou o meio de campo do ataque mesmo com Cícero e Arouca saindo mais. Thiago Neves pouco tinha jogado no 1º tempo, porque ele compunha a linha de 3 da frente que não recebia a bola. Com Cicero e Arouca saindo, Thiago Neves recebeu mais bolas em condições de atacar e cresceu na partida.

Atentem que Thiago Neves não é bem um meio-campista. Ele é atacante que gosta de buscar jogo. O 10 tricolor não arma jogo para ninguém. Ele arma para ele mesmo chutar. Situação que acredito, aliás, incomoda aos demais atacantes.

E o Fluminense jogou muito bem até por volta de 30 minutos do 2º tempo. O gol poderia sim ter saído (um com Washington que Junior Cesar estava impedido, um chute na trave de TN e o lance em que o goleiro da LDU deveria ter tomado cartão vermelho).

Vi Conca preparando para entrar, e imaginei que o time devia estar cansando, pois todos jogavam bem naquele momento, e taticamente o time estava certinho. Saiu Leandro Amaral e entrou o argentino.

À partir daí, notou-se o time realmente cansado. Em um lance, com a bola passando pelo seu lado, vários jogadores tricolores ainda no ataque, TN nem esboçou uma corridinha. Substituido na mesma hora por Roger, e aí sim, o Fluminense resolveu oficialmente se entregar à pressão. Segurou bem a onda por 10 minutos.

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Dos times que jogaram fora na estréia, Flamengo, Santos e Fluminense (e que foram os jogos que vi), achei a do Fluminense mais animadora. No tempo de jogo em que se propôs a jogar, o tricolor foi muito bem (de 1 a 30 minutos do 2º tempo), além de ganhar confiança por não ter sido posto na roda por um time da altitude.

Achei melhor que a estréia do Flamengo, pois o adversário rubro-negro era muito fraco e o Flamengo nada fez. O Santos não pegou uma baba, mas fez um joguinho muito mais ou menos contra um adversário que não jogou bem. Nestes dois jogos, a impressão foi que os brasileiros não venceram por “demérito” próprio.

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Acompanhe a repercussão do mesmo artigo no Blá blá Gol.

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