Post escrito por mim mesmo originalmente para o Blá blá Gol.
Se inédita era a participação tricolor em uma final de Libertadores, inédito é o título de Vice-Campeão da mesma.
E o adjetivo no título não é em alusão apenas à colocação inédita do Fluminense na competição. Alude à forma como o time conquistou o título de 2ª melhor equipe do continente.
É chover no molhado relembrar os épicos confrontos vencidos por 3×1 no Maracanã tanto contra São Paulo, como contra o Boca.
E com um terceiro 3×1, o Fluminense se fez merecedor do título de Grande.
Se saísse campeão do Maracanã na final contra a LDU, o Fluminense necessariamente seria Grande. Perdendo, apenas da forma como perdeu.
Perdeu lutando, perdeu jogando futebol. Perdeu arrancando aplausos de sua torcida.
O time que entrou em campo para jogar contra a LDU, o time que levou 1×0 com 5 minutos de jogo e teria de fazer 3 ao menos para continuar vivo, fez por merecer toda a festa que sua torcida fez na véspera e no pré-jogo.
Tudo o que não se sentiu do time do Fluminense foi a bobagem de oba-oba que tentaram vender antes da decisão.
Futebol é festa. E isso que a torcida do Fluminense fez. Ninguém garante que este time encontrasse forças se não tivesse tido este apoio do torcedor. Um time que retribuiu toda a manifestação de carinho.
Mas acho complicado alguém vir dizer o contrário, que o time calçou o salto alto no Maracanã.
A derrota doeu muito. Ainda dói. Está difícil acabar de escrever este texto. Até o próximo jogo do Fluminense será assim.
Quando a ferida cicatrizar, restarão as memórias que este Fluminense das Quartas-Feiras deixou. Este Fluminense que eliminou o motivo maior de invjeja que eu nutria pelos rivais cariocas, Botafogo, Vasco e Flamengo. Quando escrevi após a derrota que minha forma de encarar o futebol mudara referia-me possivelmente à nova condição em que me encontro (confesso que sentia isso, mas não sabia a explicação).
O mesmo clube, o mesmo técnico, a mesma torcida, e um punhado de mesmo jogadores não me comoveram ao ganharem o título da Copa do Brasil ano passado. Essa primazia, ficou para os Vice-Campeões da Libertadores da América de 2008 (sensação que confirmo neste post).
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Eu ainda invejo os times que conquistaram a Libertadores da América. Sempre vibrei muito acompanhando as vitórias de times brasileiros contra estrangeiros, como ficava ensandecidamente nervoso com as perdas em finais (principalmente São Paulo em 94 e Santos em 2003).
Tenho para mim que as Libertadores foram as conquistas mais maneiras que acompanhei. Só que isto ainda ficava para mim um degrau abaixo de torcer para um time de respeito.
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Pensando agora, talvez o mais chato da derrota na final da Libertadores no longo prazo seja o consumo externo. Um título coroaria este time tricolor para os que não viveram este time. É difícil mesmo que os torcedores de outros clubes, que não acompanharam, não participaram, lembrem-se deste time.
O título tiraria a necessidade de ter de se contar a história desta equipe. Serviria como uma linguagem universal. Mas o vice confere esta experiência apenas a uma elite. Sinto-me privilegiado por fazer parte dela. A forma como encarava o futebol, preocupado com aspectos além-títulos, farão a cauterização da ferida ser rápida.
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Mas com toda essa enaltação a este time do Fluminense, que dor é essa então?
A explicação já está escrita, e não foi escrita por mim. Mas é a explicação fiel e exata da origem da dor.
Como em todas as sensações, sabia o que sentia, intuia pelo que era, mas não sabia exatamente o que era. Ao ler o comentário de Serginho sobre a derrota do Fluminense, pude retomar um pouco da consciência pragmática do que representou no mundo cartesiano esta derrota do Fluminense
Por mais que os tircolores estejam inundados por um sentimento de carinho pelo time, o Fluminense, jogou fora uma Libertadores ganha. E uma em que o jogo final foi em casa. Uma situação como essa, é raríssima. Sem falar da campanha, que até chegar a final, foi dramática, com vitórias sensacionais sobre os dois melhores clubes da América.
(aliás, esse texto deveria ser um post, e não apenas um comentário, já que trata-se apenas da descrição embasada e centrada de alguém isento de paixão clubística ao analisar um resultado).
As fotos que ilustram o post foram por tiradas pelo próprio autor. Clique nas mesmas para ampliá-las.
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Posts sobre a derrota do Fluminense na Final da Libertadores 2008:
- A dor do quase - Lincoln, Blá blá Gol
- 04:10 - Cheguei em casa - Victor, Blá blá Gol
- A festa continuaria bonita - Zargarotinho, Blá blá Gol
- Um título em boas mãos - Victor, Blá blá Gol
- Grande Vice-Campeão da América - Victor, Blá blá Gol
- Como ter serenidade na derrota - Robinson, Blá blá Gol
- Protagonistas - Victor, Blá blá Gol
- Rivais e Gozações - Victor, Blá blá Gol
- Os DeusesTricolores Cochilaram - Evaldo José, CBN
- A dor do quase - Carlos Eduardo Eboli, CBN
- Um par de sapato com salto alto para Renato Gaúcho - Anselmo, Futepoca
- O herói e os personagens da final - Glauco, Futepoca
- Prazer, LDU - Cardeal, Fantasma do Maracanã
2 comentários:
fluminense o maior time do mundo
O Fluminense mostrou que é um time de chegada e que pode vencer qualquer competição. Portanto não fique triste, torcida tricolor, pois no ano que vem estaremos em TÓQUIO. O mundo verá que o Fluminense é melhor time do mundo.
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